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Dominguinhos

Dominguinhos conseguiu unir o regional de um Brasil profundo com o que há de mais moderno na música. Foi um artista que cantou a experiência humana em sua essência mais luminosa, sempre com leveza, humor, alegria e poesia.

Nascido em Garanhuns (PE), em 1941, José Domingos de Moraes iniciou a carreira ainda na infância. Aos oito anos, se apresentou para Luiz Gonzaga em um hotel de sua cidade natal, sem saber que tocava para o Rei do Baião. E, aos 13 anos, deixou seu estado com a família para tentar a sorte no Rio de Janeiro.

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Em mais de 55 anos de carreira, Dominguinhos gravou 40 discos. No último desses trabalhos, Iluminado Dominguinhos, lançado em DVD em 2010, gravou grande parte de seu repertório instrumental com a participação de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Wagner Tiso e Yamandu Costa, entre outros.

Suas músicas mais conhecidas são “Eu Só Quero um Xodó” e “Tenho Sede” (parcerias com Anastácia), cujos registros mais famosos foram feitos por Gil na década de 1970, “Isso Aqui Tá Bom Demais” e “De Volta pro Aconchego” (com Nando Cordel), clássico na voz de Elba Ramalho, nos anos 1980, “Abri a Porta” e “Lamento Sertanejo” (com Gilberto GIl).

08º 53’ 25”

latitude sul

36º 29’ 34”

longitude oeste

 

agreste de Pernambuco

Brasil

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Gilberto Gil, Dominguinhos e Luiz Gonzaga

Dominguinhos com Anastácia

Dominguinhos também venceu o Grammy Latino duas vezes (em 2002 e 2012); o Prêmio Tim de Música Brasileira duas vezes (em 2007 e 2008) e o Prêmio Shell de Música (2010).

Embora morasse em São Paulo, ele sempre voltou ao Nordeste, desde as primeiras turnês com seus trios no início de carreira; nos muitos anos em que acompanhou Gonzagão; e ao lado de Anastácia. E, nunca deixou de se apresentar nas tradicionais festas juninas de Campina Grande (PB); Caruaru (PE); Feira de Santana (BA), entre muitas outras cidades.

Dominguinhos negava a maneira como sua região era tratada – pela ótica da miséria, da seca, da falta de esperança. Ele também adorava Fortaleza, onde fez inúmeros amigos, onde era muito bem recebido e onde ia descansar de seus compromissos. Sempre elogiava o povo cearense, como trabalhador e hospitaleiro.

O sanfoneiro faleceu no dia 23 de julho de 2013, depois de uma longa luta contra um câncer de pulmão, deixando um legado inestimável de valorização da música popular e da cultura nordestina.

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Espetáculo

espetáculo

O espetáculo foi idealizado pelo diretor Gabriel Fontes Paiva e pela diretora musical Myriam Taubkin, que trabalharam durante um bom tempo com o homenageado. Já o texto foi criado pela premiada dramaturga e jornalista Silvia Gomez e traz de forma contemporânea toda emoção daquele que acabou se consolidando não somente como o mestre do forró, mas com uma carreira musical própria englobando diversos gêneros como o jazz, o pop e a MPB.

Para fazer jus a sua amplitude musical, boa parte do elenco veio do universo da música, como é o caso de Liv Moraes, cantora, parceira e filha de Dominguinhos, Cosme Vieira, que tocou sanfona com Dominguinhos quando ainda era criança, o ator e professor musical Wilson Feitosa, o compositor e arranjador Zé Pitoco, de Cupira / PE, que acompanhou Dominguinhos em inúmeros shows ao longo se sua carreira, um dos grandes expoentes da nova safra de atores e cantores brasileiros Fitti e os conhecidos internacionalmente  Hugo Linns, músico que é referência brasileira em viola e o aclamado percussionista Jam da Silva, os três últimos de Recife / PE.

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Esta obra baseia-se em fatos reais, misturando depoimentos públicos de Dominguinhos a jornais, revistas, TVs, rádios, livros e documentários*, assim como falas colhidas em entrevistas privadas, como as de Anastácia e Liv Moraes. Apesar disso, o texto não se furta a dialogar poeticamente com essa realidade, ficcionalizando certas passagens que envolvem as personagens evocadas. 

*Fontes de pesquisa: Programa “Ensaio” TV Cultura (1990, 2017); Luiz Gonzaga: Programa Proposta” (1972); documentários “Veia Nordestina”, “O Milagre de Santa Luzia" e “Dominguinhos Canta e Conta Gonzaga” e “Dominguinhos”; Acervo Aramis Millarch; livros “O Brasil da Sanfona”, de Myriam Taubkin, “A invenção do Nordeste e outras artes”, de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Cortez Editora) e “O fole roncou!: Uma história do forró”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues (Zahar); jornais Jornal do Brasil, O Globo, Diário de Pernambuco, Jornal da República, O Jornal, O Pasquim, Estadão, Opinião; revistas O Cruzeiro e Manchete; entrevistas Anastácia, Liv Moraes, Myriam Taubkin. 

Silvia Gomez

“Que é porque alguém morre que começamos a contar a vida”. 

Livro “Roland Barthes”, de Tiphaine Samoyault (Ed. 34)


Em um certo momento desta dramaturgia, alguém diz, de olhos fechados: 

“Mas, um dia, eu vi Dominguinhos tocar. É incrível como essa imagem me encontra sempre que eu falo sobre ela”.

Eu aproveito a desculpa deste texto que você está lendo para dizer também: “Mas, um dia, eu vi Dominguinhos tocar. É incrível como essa imagem me encontra sempre que eu falo sobre ela”.

É uma memória que sempre nos encontra porque contagiou as nossas células. 

Porque o forró é capaz de ferver tudo dentro da gente. 

Porque o forró acorda a VIDA e a sanfona de Dominguinhos é uma convocação a nos lembrar que estamos vivos. Aqui, agora. Ela viajou para além do forró e sofisticou a música popular brasileira. 

 

Foi um privilégio ser convidada a mergulhar nesta convocação. Agradeço a Gabriel Fontes Paiva e Myriam Taubkin, diretores, pela confiança. E à Liv Moraes e Anastácia, que partilharam tantos casos cheios de ritmo. Também ao jornalista especializado em música Lucas Nobile, que alimentou a dramaturgia com um profundo material sobre este mestre da nossa música. Num determinado dia, durante a pesquisa, Lucas me escreveu contando que havia encontrado o áudio de uma entrevista de Dominguinhos ao jornalista Aramis Millarch. O ano: 1978.

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Elenco

Foi tão forte ouvir aquela voz viajando no tempo que ela entrou em cena, igualmente viajando pelos corpos ali presentes. Não há personagens fixos porque seria impossível reproduzir exatamente aquela imagem que nos encontra quando fechamos os olhos: a força de Dominguinhos tocando ao vivo.  

 

Então, tentamos nos concentrar no sentimento que permanece: a convocação da alegria. Nesse momento tão difícil para nós no país – de luto e tristeza coletiva e de políticas de destruição também da arte e do meio ambiente – estar em contato com esse chamado foi uma pulsão, um lembrete. 

 

Ah. Na pesquisa, também descobri que Dominguinhos usava muito a expressão: “Simbora!”. A cena – ou seria a vida? – agarrou a deixa:  “Porque a morte diz: “simbora”. Mas o forró... Ah! O forró diz melhor. Quer ver? SIMBORA!” 

 

Eis aqui o nosso obrigada a Dominguinhos.

 

Silvia Gomez

Equipe

Dramaturgia Silvia Gomez

Direção Gabriel Fontes Paiva

Direção musical Myriam Taubkin

Elenco
Cosme Vieira
Hugo Linns
Jam da Silva
Liv Moraes
Fitti
Wilson Feitosa
Zé Pitoco

 

Desenho de Movimento Ana Paula Lopez

Desenho de Luz André Prado e Gabriel Fontes Paiva

Figurino Ana Luiza Fay

Cenário Gabriel Fontes Paiva

Pesquisa documental e consultoria de repertório Lucas Nobile

Preparação vocal Ana Luiza

Assistente de direção Ana Paula Lopez e André Prado 

Assistente de direção musical Hugo Linns

Produção e assistente de cenografia Carol Buceck 

Coordenação técnica André Prado

Engenharia de som e operação André Omote

Assistente de som Gustavo Magrão

Assistente de figurino Gabriela Moré

Direção de Palco Dani Colazante

Coordenação de palco Cassio Omae
Camareiro Jô Nascimento / Rosa Passe
Design gráfico Teresa Maita
Fotografia de estúdio e cena Priscilla Prade
Social mídia Daniela Stirbulov
Gestão de Projeto Luana Gorayeb
Assistentes administrativos financeiros Beth Vieira e Rogério Prudêncio
Assistente de Produção
Dairzey Abnara

Produção executiva Camila Scheffer
Direção de produção Dani Angelotti
Realização Fontes Artes e Projeto Memória Brasileira

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Myriam Taubkin

Foi em 1999 que encontrei Dominguinhos pela primeira vez. Eu estava começando a criar os espetáculos da série O Brasil da Sanfona quando o convidei para participar como artista e, também, como curador, ajudando-me a mapear os principais mestres da sanfona nordestina. 

Vieram outros concertos, turnês, gravações. Ficamos muito amigos. Nesse convívio fui percebendo seu jeito tranquilo, paciente, amoroso. Dominguinhos tinha total consciência da grandeza da sua música e do tanto de admiração que provocava em outros artistas. Era naturalmente um mestre, com sacadas certeiras ao orientar um músico mais jovem, despidas de qualquer pose ou vaidade. Talvez seja ele o maior responsável pela quantidade de sanfoneiros formidáveis que vêm despontando ao longo das últimas décadas por todo o país.

E eis que me vejo envolvida em um musical sobre Dominguinhos. É minha primeira experiência em um musical. Um desafio e tanto porque, além da novidade que é lidar com dramaturgia e a costura entre texto e música, sinto uma enorme responsabilidade em honrar a beleza de sua obra. 

A música de Dominguinhos é imensa. Dono de uma habilidade incomum no instrumento e acostumado desde menino a tocar em qualquer lugar aonde fosse chamado, Dominguinhos adquiriu domínio em todos os gêneros musicais, com rara sensibilidade harmônica, notável inspiração para melodias e um suingue arrebatador. Suas composições – de forrós, baiões e xotes a sambas, valsas e choros – dão a dimensão de como ele se sentia à vontade em qualquer formação, deixando clara a sua personalidade. 

Na construção do musical, optamos por sermos fiéis à sua essência como compositor e, ao mesmo tempo, trouxemos novas roupagens em algumas canções, realizadas em arranjos coletivos com este elenco de artistas tão talentosos.

O repertório escolhido contempla clássicos da música de Dominguinhos, bem como canções e músicas instrumentais menos conhecidas, buscando apresentar o alcance de sua obra e estimular a curiosidade do público para o universo deste artista genial.

 

Myriam Taubkin

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Músicas

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Isso aqui tá bom demais

(Dominguinhos & Nando Cordel)

Doidinho, doidinho

(Dominguinhos & Anastácia)
Forró em Rolândia

(Dominguinhos)
Cheguei para ficar

(Dominguinhos & Anastácia)

Princesinha do choro

(Dominguinhos)
Olha a Pisada

(Luiz Gonzaga)
Sanfona sentida

(Dominguinhos & Anastácia)
Arrastando as Alpargatas

(Dominguinhos)
Catingueira fulorou

(Dominguinhos & Anastácia)
De mala e cuia

(Dominguinhos & Anastácia)

Um mundo e amor

(Dominguinhos & Anastácia)
Arrebol

(Dominguinhos & Anastácia)
Tenho Sede

(Dominguinhos & Anastácia)
Contrato de separação

(Dominguinhos & Anastácia)
Música da cena do rasgo dos papéis

(arranjo coletivo)
De amor eu morrerei

(Dominguinhos & Anastácia)
Lamento Sertanejo

(Dominguinhos & Gilberto Gil)
Abri a porta

(Dominguinhos & Gilberto Gil)
Quem me levará sou eu

(Dominguinhos & Manduka)
De Volta Pro Aconchego

(Dominguinhos & Nando Cordel)
Pedras que cantam

(Dominguinhos & Fausto Nilo)
Gostoso demais

(Dominguinhos & Nando Cordel)
O Juazeiro e a sombra

(Dominguinhos & Fausto Nilo)
Música de transição para ultima cena,

improviso e citações de Gonzaga

(arranjo coletivo)

Só quero um xodó

(Dominguinhos & Anastácia)

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Gabriel Fontes Paiva

Sob a benção de Dominguinhos!

 

Sinto que o que precisamos é jogar a semente. Tenho percebido que os projetos caminham sozinhos e se constroem como um organismo único. Assim com um grupo possui suas próprias características, os espetáculos se movem e transformam tudo em volta.
 

Foi um privilégio dialogar com a obra do Dominguinhos e aprender com esse mestre. O sofisticado instrumentista, reconhecido internacionalmente por seu virtuosismo e criatividade, ensina que, quando se tem talento, a simplicidade é a maior aliada. O caminho foi buscar as características do mestre – sofisticação e simplicidade – com o objetivo de transmitir seu legado: alegria em músicas de ferver as células, como disse Silvia Gomez, dramaturga.
 

Quando digo que o projeto caminha sozinho é porque o acaso dita muito da formação da equipe e das parcerias que vão se estabelecendo e erguendo a obra teatral.  Conseguimos ter os intérpretes perfeitos. Zé Pitoco traz a originalidade da música pernambucana com sua descontração e energia. Hugo Linns, Jam da Silva e Luiza Fittipaldi chegaram com o que há de mais moderno na música pernambucana. A cantora e filha de Dominguinhos, Liv Moraes, e o exímio instrumentista Cosme Vieira são hoje os intérpretes mais dedicados e conhecedores da música de Dominguinhos. Amarra esse elenco o eclético ator Wilson Feitosa, que costura toda a trama com seu talento e carisma. 

 

Não menos perfeita foi a equipe criativa do musical. Myriam Taubkin, minha parceira há 18 anos nos espetáculos de música do Projeto Memória Brasileira, foi a sócia incansável que buscou a perfeição na criação do projeto e na direção musical. Silvia Gomez é a dramaturga dos sonhos de qualquer diretor pois já nos entrega poesia, teatralidade, ritmo e inventividade. Ana Paula Lopez é a inteligência e a criatividade dos movimentos. André Prado, parceiro gêmeo que consegue fazer todos os elementos constitutivos da cena brilharem sem nunca medir esforços na construção de uma luz criativa que dialoga com a encenação.

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Agradeço à Ana Luiza Fay por tanta dedicação e olhar detalhado aos figurinos, à exímia professora de voz Ana Luiza, ao apuro de som de Alberto Ranellucci e Gustavo Magrão, à equipe incansável de palco Jô Nascimento, Daniela Colazante e Rafaella Blat. 

 

Luana Gorayeb gestou e geriu este projeto com o afeto e a eficiência de sempre, apoiada pelo não menos atencioso Rogério Prudêncio, meus grandes companheiros da Fontes.  

 

É complexo produzir teatro e, sendo um musical, fica ainda mais árduo, mas Dani Angelotti, Camila Scheffer e Rafaela Blat tiraram de letra, fazendo as coisas mais difíceis parecerem mais fáceis. Obrigado à equipe de divulgação Teresa Maita, Pombo Correio (Douglas Pichetti e Helô Cintra), Priscila Prade e Daniela Stirbulov. E a todos que estiveram conosco nessa jornada e montaram o cenário, o figurino, a luz, o som...  É uma honra voltar ao Teatro FAAP, da amiga Claudia Hamra.   

 

Trabalhamos com todo nosso amor e respeito para homenagear Dominguinhos e levar a você um instante que comprove que a música vive para sempre!

Gabriel Fontes Paiva

Ingresso
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